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Mozart Alberto Bonazzi da Costa
(PUC-SP; GT RIdIM-Brasil SP)
Figuras angélicas e ornamentos na organaria histórica no Brasil
Como definir o estilo de uma época? Entre diferentes possibilidades técnicas e teóricas, é provável que isto se torne viável por meio do estudo das formas que melhor a representam. Sociedades mais livres e abertas possibilitarão que, nas artes, se desenvolvam formas mais espontâneas, diferentemente da rigidez que tem caracterizado a expressão artística em contextos mais autoritários. Da mesma forma, a adoção de elementos formais representativos da doutrina católica será determinada pelas tendências vigentes nas diversas fases vividas pela instituição, quando a representação de determinadas passagens bíblicas destacou temas específicos, selecionados entre uma multiplicidade de possibilidades.
A ornamentação conferida às caixas de órgãos de tubos é composta por elementos formais representativos de diferentes períodos históricos. Assim, em muitos casos, é possível ter contato com as tendências estilísticas vigentes quando da construção do instrumento, lembrando que a própria técnica construtiva dos mecanismos que possibilitarão a operação do instrumento e a produção de sons, assim como os seus timbres, são característicos do seu tempo.
Os sons produzidos por instrumentos antigos correspondem, portanto, às condições técnicas disponíveis na sua época de construção, dando-se o mesmo, desde que sejam contemporâneos, com a sua aparência externa, na ornamentação das caixas, envolvendo a estilística. Alguns elementos ornamentais foram constantes na caixaria organística, caracterizando períodos entre os séculos XVII e XIX.
Neste trabalho se trata a respeito de tendências presentes na ornamentação conferida a instrumentos produzidos em meados do século XVIII, por meio de exemplos encontráveis em originais remanescentes desse período e conservados em igrejas brasileiras.

















