Mary Angela Biason
(Museu Carlos Gomes, Campinas/SP; CTPaDi-CONARQ; GT RIdIM-Brasil - MG)
La arena, el colador y el diamante: Critérios sobre la calidad de la información recogida en la documentación musical
Ao enfrentar uma pilha de documentos musicais para catalogar sempre questiono se as informações que irei recolher serão suficientes. Por outro lado, o excesso de informações pode poluir o instrumento de pesquisa e turvar o olhar sobre o que realmente importa. A prática metódica de organização em fichas com campos determinados para informações musicais e extramusicais por vezes não é suficiente para conter toda a miríade de nuances que querem saltar do papel. Mesmo tomando cuidado para não nos afastarmos do objetivo do catálogo, anotar os detalhes alheios à música podem ampliar nosso olhar e nos ajudar sobremaneira a contextualizar tal testemunho. A tentação em dilatar o verbete e produzir um extenso campo de observações é grande. Mas, essa percepção é particular. A vivência de muitos anos lidando com fontes primárias de todo tipo nos ensina essa subjetividade da escolha. E isso se estende a todo pesquisador que, da mesma maneira, a partir de seu entendimento, deixará sua marca. Afinal, que tipo de verbete construímos para a nossa documentação musical? Que tipo de peneira utilizamos? Pois, nem tudo que cai é areia e nem tudo que fica é precioso.
Breve Biografia
Graduada em Composição e Regência na UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, continuou seus estudos de musicologia em Portugal, é Mestre em Artes pela USP - Universidade de São Paulo. Tem-se especializado na organização de acervos de documentos musicais, desenvolvendo trabalhos no Museu da Inconfidência em Minas Gerais, no Museu Carlos Gomes em Campinas, como também a catalogação e divulgação do repertório produzido no Brasil nos períodos colonial e imperial, além do repertório tradicional das bandas de música do município de Ouro Preto através de festivais que coordena. Entre os vários trabalhos realizados, destacam-se as publicações de catálogos temáticos e de obras transcritas vocacionadas para o repertório brasileiro dos séculos XVIII e XIX e curadoria de exposições. Além da musicologia, estudou museologia na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e restauração de papéis no Istituto per l’Arte ed il Restauro “Palazzo Spinelli” em Florença como bolsista da Rotary Foundation. É membro da Câmara Técnica de Paleografia e Diplomática do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) e da Grupo de Trabalho do Repertório Nacional de Iconografia Musical (RIdIM-Brasil) em Minas Gerais.