Maria José Spiteri
(Universidade Cruzeiro do Sul)
Diálogos entre as artes e a religiosidade: representações de instrumentos musicais na produção brasileira
A pluralidade é uma das marcas da cultura brasileira que, formada pelo amálgama de diferentes fontes étnicas constitui um rico campo de pesquisa e de referência para diversas áreas, inclusive a arte.
Do encontro entre as matrizes formadoras desta cultura surgiu um universo de cores, formas, cheiros, sabores, movimentos e sonoridades que despertou o olhar de muitos artistas, gerando ao longo de nossa história registros visuais sob as mais diversas formas de expressão como o desenho, a gravura, a pintura, a escultura, o cinema etc.
Nesse cenário, a representação de instrumentos musicais passou a se fazer presente em muitas obras de arte, podendo nos trazer registros que apontam para diferentes conteúdos sejam eles ligados às técnicas construtivas, à performance artística, à história dos instrumentos entre outros.
Apresenta-se neste trabalho uma análise da produção de alguns artistas brasileiros, com destaque para nomes como o de Heitor dos Prazeres e Hector Julio Páride Bernabó (Carybé) que, sobretudo no campo das linguagens bidimensionais, se dedicaram entre outras temáticas a dos rituais ligados às religiões de matriz afro-indígena brasileira, nos quais a música tem um papel fundamental.