7º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical (EDIÇÃO EM FORMATO HÍBRIDO)

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Iconografia musical:
criação, produção, usos e funções
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Efemêrides no 7º CBIM

José Paulino de Albuquerque Lins
(São Luís do Quitunde, AL, 1893-1971)

Mário Cravo Filho
(Salvador, 1923 – 2011)

Chico Liberato (Salvador, 1936 – 2023)

Resumo

A Comissão Organizadora lembra duas efemérides (e uma homenagem póstuma) nesta 7ª edição do Congresso Brasileiro de Iconografia Musical: os 130 anos do nascimento de José Paulino e os 100 anos do nascimento de Mario Cravo Filho, dois artistas de relevo no cenário das artes visuais no Brasil, ambos ligados aos palcos culturais se servindo da iconografia e da música, claros representantes da criação e produção de iconografia musical, seus usos e funções, que este evento tenciona discutir. A eles acrescentamos o nome de Chico Liberato, de recente falecimento.

 

Breves biografias

José Paulino de Albuquerque Lins nasceu no Engenho Santo Antônio Grande, município de São Luís do Quitunde em Alagoas, no dia 20 de outubro de 1893. Era filho de Francisco Accioly de Albuquerque Lins e de Maria da Conceição Albuquerque Lins. Seu pai, um dos herdeiros do coronel José Paulino de Albuquerque Sarmento, ocupou cargos importantes em Porto Calvo. Foi Delegado e Comissário de Polícia. Em 1891 era capitão da 7ª Companhia da Guarda Nacional. Não se conseguiram informações sobre o início dos estudos de José Paulino, mas se sabe que cursou o preparatório em Maceió, de onde saiu para Salvador, já matriculado na Escola de Engenharia da Bahia.
No início da década de 1910, voltou a morar em Maceió e foi trabalhar como desenhista na Intendência Municipal. Havia perdido o pai e supõe-se que não tinha mais condições de se manter em Salvador. A única informação colhida sobre esse período foi a de que em outubro de 1916, com 23 anos de idade, inscreveu-se no Tiro Naval recém-fundado em Maceió. Seu desempenho como desenhista da Intendência o levou, em fevereiro de 1917, a ser nomeado, pelo Ministério da Agricultura, adjunto de professor de desenho da Escola de Aprendizes Artífices. Em setembro 1917 expôs 30 trabalhos a óleo e aquarela em um dos pavilhões construídos na Praça D. Pedro II para as comemorações do Centenário da Emancipação Política de Alagoas. Sua próxima exposição ocorreu em 1920, quando dividiu a galeria da Casa Mercúrio, em Maceió, com a também pintora Ana Sampaio Duarte.
Como se percebe, há registros do jovem José Paulino levando seus trabalhos ao público, mas não existe informação sobre quando despertou para a pintura. Sabe-se, entretanto, que foi um autodidata em sua arte.
José Paulino faleceu em Maceió no dia 9 de abril de 1971, segundo Post de uma exposição no Teatro Deodoro em 1982 do acervo de Claudevan Melo. No ABC das Alagoas a data do seu falecimento em Maceió é 26 de maio de 1970. Em sua homenagem a Lei nº 2.015 de 23 de julho de 1973 denominou a antiga Rua Paraguassu, no Farol, de Rua Professor José Paulino.

Tocadores de pífano (s.d.)

Mario Cravo Filho (Salvador, 13 de abril de 1923 — 1 de agosto de 2018) foi um escultor, pintor, gravador e desenhista e poeta brasileiro. Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de Carlos Bastos e Genaro de Carvalho. Em 70 anos de atividade como artista plástico, ele reúne inúmeras exposições individuais e coletivas, prêmios, esculturas em espaços abertos em muitos pontos do Brasil, sobretudo em Salvador, além de obras adquiridas por museus internacionais.
Seus pais, Mario da Silva Cravo (próspero fazendeiro e comerciante)[3] e Marina Jorge Cravo (prima do poeta Castro Alves), moravam em Salvador quando Mario, o primeiro de quatro filhos, nasceu. A família veio de Alagoinhas numa tentativa de se instalar em Salvador, mas em poucos anos retornaram à Alagoinhas pois seu pai foi eleito prefeito[4] da cidade. A política esteve presente na vida de seu pai, apesar de ser comerciante e fazendeiro, uma tradição de família. Também escreveu um livro, "Memórias de um homem de boa fé" (1975).[4] Já sua mãe gostava de literatura e poesia, sendo responsável pelos primeiros contatos de Mário com os livros.[5][6] Na fase escolar retorna a Salvador para estudar, onde frequenta o Colégio Antônio Vieira. É nesse período que ele descobre sua habilidade para o desenho e seu interesse pela astronomia. Na puberdade, Mario começa a experimentar a argila do Rio Itapicuru, dando-a forma. Nesta mesma época, embora tenha montado um observatório na fazenda que seu pai comprou no interior da Bahia, sua vontade de se tornar um astrônomo foi liquidada pelo fato de saber que teria de estudar engenharia e daí por diante fazer cálculos de maré. Após um período conflituoso entre vocações profissionais, Mario começa a se conscientizar de seu dom artístico. Entre viagens pelo interior da Bahia e o exercício da escultura, a confiança e a decisão de ser tornar um escultor já cresciam dentro dele. Em 1945 casa-se com Lúcia e desta união nascem quatro filhos, o primeiro é Mariozinho, hoje conhecido como Mario Cravo Neto, fotógrafo.

Mario Cravo Filho na frente da sua escultura "Tocador de berimbau" (1951)

Francisco Liberato de Mattos, conhecido como Chico Liberato (Salvador, 1936 - 2023), foi um artista plástico e cineasta brasileiro. Expôs pela primeira vez em 1963, na Galeria Goeldi, no Rio de Janeiro. Teve destacada participação no movimento cultural que envolveu vários artistas na década de 1960 em Salvador. Participou de diversas exposições coletivas, como a I Bienal de Artes Plásticas da Bahia em 1966, e Bahia Década 70 – no Instituto Goethe. Realizou também diversas mostras individuais, no Brasil e no exterior. Entre 1979 e 1991 foi diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia e durante dez anos coordenou a área de Artes Visuais e Multimeios da Diretoria de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia. Pioneiro do cinema de animação na Bahia, produziu o terceiro filme de animação de longa metragem feito no Brasil - Boi Aruá (1983), que documenta o cotidiano do Nordeste do Brasil, mais especificamente do sertão caatingueiro, através do mito do Boi Aruá. O filme foi premiado pela Unesco. Entre os temas principais dos trabalhos de Chico Liberato estão o sertão e o sertanejo, a arte popular e as figuras místicas presentes no candomblé. Seu novo projeto é mais um filme de animação, Ritos de Passagem. A história é baseada em dois personagens que habitam o imaginário do sertão nordestino: o Santo e o Guerreiro. Após a morte, Alexandrino e o Santo (protagonistas do filme) embarcam na barca de Caronte, o barqueiro do Rio da Morte, o que provoca nos personagens reflexões sobre os atos e escolhas de cada um. Ritos de Passagem prevê a contratação direta de 98 profissionais, entre técnicos, artistas e equipe de apoio, além de representar uma rara oportunidade para jovens profissionais. O projeto ainda conta com artistas importantes como Xangai, Jackson Costa, Margareth Menezes, Ingra Liberato e o autor da música tema, Elomar Figueira Mello, que já havia trabalhado com Liberato em “Boi Aruá”. Chico Liberato foi casado com a roteirista e poeta Alba Liberato (Salvador, 1944), com quem teve cinco filhos.
Chico Liberato foi homenageado pelo RIdIM-Brasil em 2019 durante o 5º CBIM do qual foi indicado como Presidente de Honra do evento.

fotograma do filme Boi Aruá (1983)



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Julho 17-21, 2023 - Maceió (Alagoas), Brasil