7º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical (EDIÇÃO EM FORMATO HÍBRIDO)

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Iconografia musical:
criação, produção, usos e funções
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Ana Guiomar Rêgo Souza
(UFG; GT RIdIM-Brasil GO)

Fotografias d'O Grande Governador da Ilha dos Lagartos: uma abordagem pelo viés da Iconografia e da História Cultural

Resumo

Em 2014, no IV Simpósio Internacional de Musicologia realizado na cidade de Pirenópolis, estreamos o entremez intitulado O Grande Governador da Ilha dos Lagartos “extraído de Vida do grande D. Quixote de la Mancha e do Gordo Sancho Pança, de António José da Silva (O Judeu), ópera que se representou no Teatro do bairro Alto de Lisboa, no mês de outubro de 1733, ornado de música de Antonio Teixeira e Carlos Seixas”. Entremez retirado das cenas 4 e 5 da segunda parte, na ocasião em que Sancho Pança assume o governo da Ilha dos Lagartos - o momento em que exerce a justiça e um jantar (CRANMER, 2015, p.19). Resultou de uma parceria entre o Núcleo de Pesquisa e Produção Cênico Musical da Escola de Música e Artes Cênicas da UFG e o Núcleo de Estudos da História da Música Luso-Brasileira, Caravelas (CESEM / NOVA FCSH). Dessa produção resultou em 2015 a coleção O Grande Governador da Ilha dos Lagartos constituída por um álbum de fotografias, um livro de textos, um livro de partituras, um DVD e uma videoaula. O foco deste texto recai no Álbum de Fotografias – uma compilação de frames e fotos que procura ampliar e adensar a experiência cênico-musical. Em um primeiro momento tratou-se do esforço de documentação, mas foi além: “a seleção das imagens não está restrita a uma categorização metodológica que reduz a atividade poiética a uma perspectiva cronológica, mas antes pelo que cada instante deflagra das afecções e complexidades traduzidas na indissociabilidade entre processos e seus resultados (BUENO; SOUZA (a), 2015, p.11). O Álbum encontra-se organizado em três eixos – Produção, Ensaios e Encenação, os quais são captados na sua fluidez, intensidade, bom humor e cuidado com os pormenores. Em cada uma dessas partes é possível a acompanhar o interessante percurso no qual a feitura dos bonecos (bonifares, títeres), seu manuseio, animação, performance, em sintonia com a preparação e produção musical, a qual na mesma intensidade, tornou mais plausíveis as paisagens que nos transportam no tempo. “A relação vibrátil que o campo sonoro estabelece com os corpos (animados, animadores e receptores) modela um complexo de forças que dinamiza e diversifica as ações compostas em cena. Com ressonâncias que interferem diretamente na constituição do tônus muscular do ator animador e que são ampliadas para o gesto dos bonecos animados” (BUENO, 2015, p. 16). Exposto o contexto da produção, o objetivo geral desse artigo é investigar esse conjunto de imagens pelo viés da Iconografia em diálogo com a História Cultural. Para Peter Burke, “independente de sua qualidade estética, qualquer imagem pode servir como evidência histórica”. Nesse sentido, é preciso considerar a importância do testemunho imagético como valor real, sempre dialogando com documentos outros (BURKE, 2004, p.233).

Referências:
BURKE, Peter. Testemunha Ocular. Bauru, SP: EDUSC, 2004.
BUENO, Kleber Damaso; SOUZA, Ana Guiomar Rêgo. O Grande Governador da Ilha dos Lagartos: Álbum de Fotografias. Goiânia: CEGRAF/CIAR/UFG/CARAVELAS, 2015.
BUENO, Kleber Damaso; SOUZA, Ana Guiomar Rêgo. O Grande Governador da Ilha dos Lagartos: práticas de pesquisa e criação em Artes. Goiânia: CEGRAF/CIAR/UFG/CARAVELAS, 2015.

 

Breve biografia

Bacharel em Piano pela Universidade Federal de Goiás, Especialista e Mestra em Música pela Universidade Federal de Goiás e Doutora em História Cultural pela Universidade de Brasília. É professora adjunta da Universidade Federal de Goiás, tendo ocupado, de 1999 a 2003, o cargo de coordenadora do curso de Licenciatura em Música da Escola de Música e Artes Cênicas. Desenvolve pesquisas em História Cultural, em Musicologia e em Educação Musical. Lidera o grupo de pesquisa Arte, Educação, Cultura do Diretório de Pesquisa do CNPq, atuando nas linhas de pesquisa "Música, Cultura e Sociedade" e "Musicologia: Identidades, Representações e Processos Interdisciplinares". É atualmente Vice-Diretora da Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da Universidade Federal de Goiás (UFG), Presidente da Comissão de Graduação da EMAC/UFG, Coordenadora do curso de Especialização em Ensino da Música e Processos Interdisplinares em Arte , Co-Editora da Revista MÚSICA HODIE do Programa de Pós-Graduação em Música da UFG. É professora do Bacharelado e Licenciatura em Música, Especialização em Ensino da Música e Processos Interdisciplinares em Arte da EMAC/UFG e do Programa de Pós-Gradução em Música, stricto sensu, da UFG. Desde 2021 coordena o Grupo de Trabalho RIdIM-Brasil em Goiás.

 

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